A partilha de informações de forma prática e simples, permite complementar saberes entre profissionais e acrescentar experiências com os que, perante um imprevisto, precisam de forma informada agir eficazmente - crianças, jovens e adultos/famílias.

quarta-feira, 6 de maio de 2020

Atividades - Promover linguagem

Characters – Dung Ho Portfolio
COMPLETAR CANÇÕES (imitação/ interação) 


Utilizar músicas com as quais está mais familiarizada.
Incentivar a criança durante a realização das suas atividades favoritas (baloiço, bola, trampolim...), a cantar uma música infantil que lhe desperte mais interesse. Quando considerar que está  mais focada na tarefa, pare e não cante o final da música. Aguarde que ela a complete. Repita várias vezes.
Explorem ainda mais músicas ou rimas. 

APRENDER PALAVRAS NOVAS (aumentar vocabulário)

É inquestionável o papel do vocabulário sobretudo na competência linguística e no desempenho escolar das crianças. Pais e educadores devem fornecer uma linguagem com vocabulário correto, rico, variado e frases completas (sempre um bocadinho mais do que achamos que será capaz de compreender)
Falem sobre assuntos do interesse da criança. Siga uma conversa que seja iniciada por ela
(isso tornará mais provável que ela dê atenção às suas palavras). Fale sobre situações futuras (precisa ir lavar o carro porque está sujo...), sobre situações passadas ​​(“lembraste quando fomos...? ”). Espere e ouça. Não bombardeie a criança, dando-lhe a oportunidade de responder, fazendo uma pausa depois de dizer algo. Complemente as palavras com expressões faciais, gestos e ações apropriadas, dando-lhe assim pistas visuais para que aprenda o significado de novas palavras (por exemplo, ao bocejar ou deitar-se e explicar a palavra 'cansado').
Repita, repita e repita. Repita a mesma palavra enquadrando-a em diferentes momentos e situações. 
Incluindo a criança no contexto será mais fácil que entenda o significado de uma palavra nova (por exemplo, explicar palavra ansioso, dizendo "lembraste do teu aniversário e como te sentiste ansioso?”)
Dependendo da idade, podem usar onomatopeias, jogos de palavras ("diz-me o nome de um...", "diz-me o nome de um objeto que sirva para...", " diz-me tudo que saibas sobre...", "o contrário de ___ é___?", "o cão e o gato são___?).
Seja um "dicionário humano". 
E lembre-se, antes da expressão incentivem a compreensão. 

terça-feira, 5 de maio de 2020

Tempos absurdos, exigem quantidades absurdas de amor!


Nunca estivemos tão longe, tão perto, tão iguais!...
Cabe-me deixar aqui o meu contributo, dando o exemplo de atividades que devem ser ajustadas às necessidades específicas de cada um, constituindo o seu primordial objetivo o desenvolvimento de competências comunicativas e sociais, através de procedimentos simples e de fácil implementação no dia a dia.

Não se esqueçam, não há melhor forma de aprender do que a brincar.

Divirtam-se!

domingo, 9 de dezembro de 2018

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Autismo e PEA: alguns tipos de intervenção

A maioria das famílias usa o tipo de intervenção intensiva que melhor se adequa às necessidades do seu filho e que está de acordo com a sua filosofia. As terapias intensivas aqui descritas requerem várias horas por semana a trabalhar comportamentos, metas de desenvolvimento e/ou educacionais. São desenvolvidas especificamente para intervir em indivíduos com perturbações do espectro do autismo.

Embora a investigação e a experiência tenham revelado muitos dos mistérios que cercam o espectro do autismo, este continua a ser um distúrbio complexo que afeta cada pessoa de forma diferente. No entanto, muitas crianças com autismo têm apresentado avanços consideráveis com a combinação correta de terapias. 
Cada desafio deve ser tratado com uma estratégia terapêutica adequada ao quadro particular da criança em causa. Nenhuma abordagem funciona para todas as crianças. Para além disso, o que resulta para uma criança por um período de tempo pode deixar de funcionar. Algumas terapias são apoiadas por pesquisas que mostram a sua eficácia, enquanto outras não o são. A competência, experiência e estilo do terapeuta são fundamentais para a eficácia da intervenção, mas, antes de optar por uma terapia, será necessário inteirar‑se sobre os seus pontos fortes e fracos e comparar com as demais. Também é importante consultar o seu pediatra de desenvolvimento para obter mais informações.

Intervenções intensivas, específicas para PEA, disponíveis em Portugal

a) Análise Comportamental Aplicada (ABA)

O ABA visa a aprendizagem de competências e a redução de comportamentos desafiantes, e a maioria dos programas ABA são altamente estruturados. As habilidades específicas e os comportamentos são baseados num currículo estabelecido: cada competência é dividida em pequenos passos, que são gradualmente eliminados à medida que os objetivos vão sendo atingidos. À criança são dadas repetidas oportunidades para aprender e praticar cada passo numa variedade de configurações. Cada vez que a criança atinge o resultado
desejado recebe um reforço positivo como o elogio verbal, ou qualquer outra coisa que seja altamente motivadora a criança, como uma pequena guloseima, acesso ao seu brinquedo preferido ou a uma música que adora. Os programas ABA incluem, muitas vezes, o suporte em ambiente escolar, com um terapeuta, num trabalho de um para um, para orientar a transferência sistémica de habilidades para um contexto típico. As competências são divididas em partes, para que a criança aprenda a aprender num ambiente natural. O trabalho com os pares constitui uma parte importante da intervenção.
Esta terapia envolve o ensino faseado de competências individuais, usando vários ensaios repetidos de ensino e reforço que podem ou não estar intrinsecamente relacionados com a habilidade que está a ser ensinada.
Assim, o método ABA usa três passos fundamentais: o primeiro (antecedente), um estímulo verbal ou físico, tal como um comando ou pedido, que pode vir do ambiente, de outra pessoa, ou do objeto; um segundo (comportamento resultante), que consiste na resposta ou ausência de resposta ao antecedente; e uma consequência, que depende do comportamento resultante. Esta consequência pode incluir o reforço positivo do comportamento desejado ou nenhuma reação para respostas incorretas. O sucesso é medido pela recolha de dados, observação direta e análise. Se a criança não estiver a fazer
progressos satisfatórios, são feitos os ajustes necessários.

Quem presta a terapia ABA?
Apenas um analista comportamental certificado e especializado em autismo poderá implementar e monitorizar um programa individualizado.

Como é uma sessão típica de terapia ABA?
As sessões têm geralmente a duração de duas a três horas, e consistem em curtos períodos de tempo estruturado dedicados a uma tarefa, geralmente com uma duração de três a cinco minutos. O jogo livre e as pausas são usados para o ensino acidental ou para praticar competências em novos ambientes. Numa intervenção ABA adequada e dirigida a indivíduos com autismo ou PEA, todos os aspetos da intervenção são personalizados para cada aluno: competências, necessidades, motivações, preferências e contexto familiar. Por estas razões, um programa ABA pode parecer muito diferente de aluno para aluno, e vai sendo alterado conforme as suas necessidades e a evolução.

Qual a intensidade da maioria dos programas ABA?
De 25 a 40 horas por semana. As famílias também são incentivadas a usar os princípios utilizados no seu dia a dia para que se consiga, dessa forma, uma maior consistência nas aprendizagens, uma evolução mais rápida e, sobretudo, para promover e estimular a aquisição de novas competências.

b) Modelo Precoce de Denver (ESDM)

O Modelo Precoce de Denver é indicado para crianças com autismo ou com sintomas de autismo a partir dos 12 meses de idade até à idade pré‑escolar. É uma abordagem de intervenção baseada no relacionamento que utiliza técnicas de ensino consistentes com a análise comportamental (ABA). Tem como intuito promover ganhos sociais, comunicativos,
cognitivos e de linguagem em crianças com autismo e reduzir comportamentos atípicos. O conteúdo da intervenção para cada criança é definido depois da aplicação de uma lista de verificação abrangente — currículo ESDM —, que abarca todos os domínios do desenvolvimento inicial:
competências cognitivas, de linguagem, comportamento social, imitação, competências motoras finas e grossas, autoajuda e comportamento adaptativo. 
O foco do ESDM incide sobre a atenção das crianças, promovendo a sua motivação para a interação social através de rotinas altamente agradáveis, utilizando atividades lúdicas conjuntas, desenvolvendo a comunicação não verbal e verbal, imitação, e atenção partilhada, levando‑os a interações que promovam a aprendizagem social. Com base numa pesquisa, evidenciou‑se que o ESDM era eficaz para aumentar o QI, linguagem, competências sociais e comportamento adaptativo quando aplicado, pelo menos, durante um ano.

Quem aplica o ESDM?
Pode ser aplicado por terapeutas treinados em ESDM, professores de educação especial, terapeutas da fala e outros técnicos. Os pais também podem ser treinados na aplicação de estratégias ESDM.

Qual é a intensidade da maioria dos programas ESDM?
Os programas ESDM geralmente envolvem de 20 a 25 ou mais horas por semana. As famílias são incentivadas a usar estratégias ESDM nas suas rotinas diárias.

Como é uma sessão típica de ESDM?
Pretende‑se que uma sessão de ESDM seja altamente envolvente e agradável para a criança, numa perspetiva de jogo. Algumas competências são ensinadas no chão durante um jogo interativo, enquanto outras são ensinadas na mesa, com foco em atividades mais estruturadas.
À medida que a criança vai desenvolvendo competências sociais, os colegas ou irmãos são incluídos na sessão de terapia para promover as interações com seus pares. O ESDM pode ser aplicado em casa, em contexto clínico, na creche ou no jardim de infância.

c) Floortime (DIR)
Floortime é uma técnica terapêutica baseada no modelo de relação individual desenvolvido pelo Dr. Stanley Greenspan, na década de 1980. A premissa do Floortime é que o adulto pode ajudar a criança a expandir os seus círculos de comunicação juntando‑se a esta, no seu nível de desenvolvimento, e investindo no desenvolvimento dos seus pontos fortes. O terapeuta, ou o pai ou mãe, envolve‑se com a criança seguindo os seus interesses e, a partir de um compromisso mútuo, promove na criança interações cada vez mais complexas, num processo conhecido como «abrir e fechar círculos de comunicação». A terapia é geralmente incorporada em atividades lúdicas no chão. O objetivo do Floortime é ajudar a criança a atingir seis metas de desenvolvimento que contribuem para o seu crescimento emocional e intelectual. Não se concentra nas competências linguísticas, motoras, ou cognitivas, mas aborda estas áreas dando ênfase ao desenvolvimento emocional. A intervenção é chamada Floortime porque os pais brincam no chão com a criança para a envolver e estar ao seu nível.

Quem aplica o Floortime?
Além de psicólogos, professores de educação especial ou terapeutas devidamente treinados, os pais e encarregados de educação podem ser ensinados a utilizar esta abordagem.

Como é uma sessão de terapia de Floortime?
Em Floortime, o pai, mãe ou técnico, junta‑se nas atividades da criança, segue os seus interesses e envolve a criança em interações cada vez mais complexas. Durante a integração no jardim de infância,
o Floortime pode contemplar a inclusão dos pares (colegas) com desenvolvimento típico.

Qual é a intensidade da maioria dos programas Floortime?
O Floortime é normalmente aplicado num ambiente com poucos estímulos, de duas a cinco horas por dia. As famílias são incentivadas a usar os princípios do Floortime no seu quotidiano.

d) Relationship Development Intervention (RDI)
O RDI é um sistema que pressupõe a alteração do comportamento através do reforço positivo. Foi desenvolvido pelo Dr. Steven Gutstein, na perspetiva de criar uma intervenção realizada pelos pais através do uso da inteligência dinâmica. O objetivo do RDI é melhorar,
a longo prazo, a qualidade de vida das pessoas com autismo através do desenvolvimento das suas competências sociais, capacidade de adaptação e de autoconsciência.
Os seis objetivos do RDI são:

  • emotional referencing: a capacidade de usar um sistema de feedback emocional para aprender através da experiência subjetiva dos outros.
  • coordenação social: a capacidade de observar e regular continuamente o seu próprio comportamento de forma a participar em relações espontâneas que envolvam a colaboração e a troca de emoções.
  • linguagem declarativa: a capacidade de usar a linguagem e a comunicação não verbal para expressar curiosidade, convidar os outros a interagir, partilhar perceções e sentimentos e coordenar as suas ações com outras pessoas.
  • pensamento flexível: a capacidade de rapidamente se adaptar, mudar estratégias e alterar planos, com base na mudança de circunstâncias.
  • processamento da informação relacional: a capacidade de obter significado baseado num contexto mais alargado;
  • resolver problemas que não têm respostas certas ou erradas.
  • foresight e insight: a capacidade de refletir sobre experiências passadas e antecipar cenários de forma produtiva.
O programa requer uma abordagem sistemática para trabalhar, na motivação de construção e técnicas de ensino, com foco no nível de desenvolvimento e de funcionamento da criança. As crianças começam a trabalhar com os pais numa relação de um para um e, quando estão prontos, formam uma «díade». O objetivo é integrar gradualmente mais crianças no grupo, bem como o número de configurações,
de forma a que a criança aprenda a manter relacionamentos em diferentes contextos.

Quem aplica o RDI?
Pais, professores e outros profissionais podem ser treinados para aplicar o RDI, mas os pais podem também optar por trabalhar em conjunto com um consultor certificado. Trata‑se de um método projetado para ser implementado pelos pais, que aprendem o programa através de seminários de treino, livros e outros materiais.

Como é uma sessão típica de RDI?
No RDI, o pai, mãe ou técnico segue um conjunto abrangente de etapas, e os objetivos de desenvolvimento são adequados às situações da vida quotidiana, com base em diferentes níveis ou estágios de competência. A língua falada pode ser limitada, a fim de encorajar o contacto visual e comunicação não verbal.

Qual é a intensidade da maioria dos programas de RDI?
As famílias usam os princípios da RDI no seu dia a dia. Cada família terá de fazer escolhas baseadas na sua organização familiar.

e) TEACCH

O TEACCH é um programa de educação especial desenvolvido no início de 1970 por Eric Schopler e os seus colegas da Universidade da Carolina do Norte. A intervenção da abordagem TEACCH é chamada de «ensino estruturado». O ensino estruturado é baseado no que o TEACCH chama de «cultura do autismo». A cultura do autismo refere‑se aos pontos fortes e às dificuldades partilhadas por pessoas com autismo, as quais são relevantes para que eles aprendam.
O ensino estruturado destina‑se a capitalizar os pontos fortes da criança e preferências no que toca ao processamento de informações visuais, tendo em conta as dificuldades reconhecidas. As crianças com autismo são avaliadas a fim de serem identificadas as suas competências emergentes, e o trabalho centra‑se nestas habilidades. Nesta abordagem é desenvolvido um plano individualizado para cada aluno, que pretende criar um ambiente altamente estruturado. No ambiente físico e social são utilizados suportes visuais para seja criança consiga prever e compreender mais facilmente as suas rotinas e responder
a elas de forma apropriada. Os suportes visuais também são usados nas tarefas individuais para as tornar mais compreensíveis.

Qual a aplicação do TEACCH?
Os programas TEACCH são geralmente conduzidos numa sala de aula. Porém, os pais podem assumir o papel de «coterapeutas», aplicando o método em casa e trabalhando conjunta e articuladamente com a escola.

Quem aplica TEACCH?
Os professores de educação especial, terapeutas da fala e outros técnicos treinados neste modelo. As salas de ensino estruturado nas unidades de referência para alunos com diagnóstico do espectro do autismo, e que existem nas várias escolas do país, também são organizadas segundo esta metodologia.

f ) Programa Son‑Rise
O programa Son‑Rise surgiu nos EUA da década de 1970 e foi aplicado, pela primeira vez, por Bears e Samahria Kaufman ao seu filho, Raun Kaufman, diagnosticado à altura com autismo severo.
Desde 1983 que o Autism Treatment Center of America, fundado pelo casal, se instituiu para treinar profissionais e pais de crianças com perturbações do espectro do autismo, perturbações invasivas do desenvolvimento e outras dificuldades.

Quais são os princípios do programa Son‑Rise?
O programa Son‑Rise defende que os fatores mais importantes no desenvolvimento da criança são o respeito e carinho e que a motivação é essencial em qualquer processo de aprendizagem.
Entre os seus princípios contam‑se:

  • que a motivação e não a repetição são as chaves para a aprendizagem;
  • o juntar‑se aos comportamentos repetitivos da criança fornece a chave para desvendar o mistério desses mesmos comportamentos, facilitando o contacto ocular, o desenvolvimento social e a inclusão de outros nos jogos e brincadeiras;
  • o ensino através da brincadeira interativa;
  • o uso de energia, emoção e entusiasmo (a que chama os 3 E) para envolver a criança e inspirar a interação;
  • a adoção de uma atitude otimista e de não julgamento (imparcial);
  • que os pais são o recurso mais importante da criança e fornecem um foco consistente e convincente para a sua formação, educação e inspiração;
  • a criação de um ambiente seguro e livre de distrações facilita o ambiente ideal para a aprendizagem e crescimento.
g) Dieta isenta de glúten e caseína (GFCF)

Muitas famílias de pessoas com autismo demonstram interesse em intervenções alimentares e nutricionais, argumentando que a remoção do glúten (uma proteína encontrada na cevada, centeio, trigo e aveia) e da caseína (encontrada em produtos lácteos) poderá ajudar na redução de alguns dos sintomas em pessoas com autismo.
A teoria por detrás desta dieta é que estas proteínas são absorvidas de forma diferente por algumas crianças. As crianças que beneficiam deste tipo de dieta experimentam sintomas físicos e comportamentais quando consomem glúten ou caseína que são diferentes de uma
simples reação alérgica (agitação, desconforto, etc.). Por enquanto não existem estudos científicos suficientes para suportar a sua eficácia, contudo muitas famílias afirmam que a eliminação do glúten e da caseína contribui para regular a função intestinal, o sono, aumentar a diversidade de alimentos aceite pela criança ou o seu comportamento. Porque não existem testes laboratoriais eficazes que indiquem que estas crianças possam beneficiar de uma intervenção deste género, muitas famílias escolhem experimentá‑la. Porém, se efetivamente optar por mudança, deve assegurar‑se que o seu filho vai ter uma nutrição adequada, consultando o pediatra e um nutricionista.
Apesar de os produtos lácteos serem a fonte mais comum de cálcio e vitamina D, estes podem ser encontrados noutros alimentos, e o mesmo se aplica às proteínas. As fontes alternativas destes nutrientes requerem a substituição por outro tipo de fontes e especial atenção para os conteúdos nutricionais. A substituição por produtos
isentos de glúten requer alguma atenção sobre as quantidades de fibras e vitaminas numa alimentação para crianças e a suplementação de vitaminas poderá ter benefícios, mas também efeitos secundários.
Para a aplicação correta da dieta isenta de glúten e caseína será necessário o acompanhamento de um nutricionista, especialmente para as crianças que são seletivas com alguns alimentos.

Fonte: Perturbação do Espectro do Autismo: E agora? — Guia para as famílias após o diagnóstico, 2014 (DAR RESPOSTA – Associação)
Depósito legal: http://www.slideshare.net/saramartins1291/perturbao-do-espectro-do-autismo-e-agora-guia-para-as-familias-apos-o-diagnostico#btnPrevious 

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Benefícios da inclusão para crianças em contexto pré-escolar


O que ensinar aos seus filhos sobre crianças com NEE

1. Para começar, não tenha pena de mim

“Sim, algumas vezes, eu tenho um monte de coisas pra lidar — mas o que eu não tenho é uma tragédia. Meu filho é um menino brilhante, engraçado e incrível que me traz muita alegria e que me enlouquece às vezes. Você sabe, como qualquer criança. Se você tiver pena de mim, seu filho vai ter também. Aja como você agiria perto de qualquer outro pai ou mãe. Aja como você agiria perto de qualquer criança.”
Ellen Seidman, do blog “Love That Max”; mãe do Max, que tem paralisia cerebral
2. Ensine seus filhos a não sentir pena dos nossos
“Quando a Darsie vê crianças (e adultos!) olhando e encarando, ela fica incomodada. Minha filha não se sente mal por ser quem ela é. Ela não se importa com o aparelho em seu pé. Ela não tem autopiedade. Ela é uma ótima garota que ama tudo, de cavalos a livros. Ela é uma criança que quer ser tratada como qualquer outra criança—independente dela mancar. Nossa família celebra as diferenças ao invés de lamentá-las, então nós te convidamos a fazer o mesmo.”
Shannon Wells, do blog “Cerebral Palsy Baby”; mãe da Darsie, que tem paralisia cerebral

3. Use o que eles tem em comum
“Vai chegar uma hora em que o seu filhinho vai começar a te fazer perguntas sobre por que a cor de uma pessoa é aquela, ou por que aquele homem é tão grande, ou aquela moça é tão pequena. Quando você estiver explicando a ele que todas as pessoas são diferentes e que nós não somos todos feitos do mesmo jeito, mencione pessoas com deficiências também. Mas tenha o cuidado de falar sobre as similaridades também—que uma criança na cadeira de rodas também gosta de ouvir música, e ver TV, e de se divertir, e de fazer amigos. Ensine aos seus filhos que as crianças com deficiências são mais parecidas com eles do que são diferentes.”
Michelle, do blog “Big Blueberry Eyes”; mãe da Kayla, que tem Síndrome de Down
4. Ensine as crianças a entender que há várias formas de se expressar
“Meu filho Bejjamin faz barulhos altos e bem agudos quando ele está animado. Algumas vezes, ele pula pra cima e pra baixo e sacode os braços também. Diga aos seus filhos que a razão pela qual crianças autistas ou com outras necessidades especiais fazem isso é porque elas tem dificuldades pra falar, e é assim que elas se expressam quando estão felizes, frustradas ou, algumas vezes, até mesmo por alguma coisa que estão sentindo em seus corpos. Quando Benjamim faz barulhos, isso pode chamar a atenção, especialmente se estamos em um restaurante ou cinema. Então, é importante saber que ele não pode, sempre, evitar isso. E que isso é, normalmente, um sinal de que ele está se divertindo.”
Jana Banin, do blog “I Hate Your Kids (And Other Things Autism Parents Won’t Say Out Loud)”; mãe de Benjamin, que é autista
5. Saiba que fazer amizade com uma criança especial é bom para as duas crianças
“Em 2000, quando meu filho foi diagnosticado com autismo, eu tive muita dificuldade em arrumar amiguinhos para brincar com ele. Vários pais se assustaram, a maior parte por medo e desconhecimento. Fiquei sabendo que uma mãe tinha medo do autismo do meu filho ser “contagioso”. Ui. Treze anos mais tarde, sou tão abençoada por ter por perto várias famílias que acolheram meu filho de uma forma que foi tão benéfica para o seu desenvolvimento social. Fico arrepiada de pensar nisso. A melhor coisa que já ouvi de uma mãe foi o quanto a amizade com o meu filho foi importante para o filho dela! Que a sua proximidade com o RJ fez dele uma pessoa melhor! Foi uma coisa tão bonita de se dizer. Quando tivemos o diagnóstico, ouvimos que ele nunca teria amigos. Os amigos que ele tem, agora, adorariam discordar. Foram os pais deles que facilitaram essa amizade e, por isso, serei eternamente grata.”
Holly Robinson Peete, fundadora (com o marido Rodney Peete) da Hollyrod Roundation; mãe do RJ, que é autista (é ele, na foto abaixo, com sua irmã Ryan)
6. Encoraje seu filho a dizer “oi”
“Se você pegar seu filho olhando pro meu, não fique chateada — você só deve se preocupar se ele estiver sendo rude, mas crianças costumar reparar umas nas outras. Sim, apontar, obviamente, não é super educado, e se seu filho apontar para uma criança com necessidades especiais, você deve dizer a ele que isso é indelicado. Mas quando você vir seu filho olhando para o meu, diga a ele que a melhor coisa a fazer é sorrir pra ele ou dizer “oi”. Se você quiser ir mais fundo no assunto, diga a ele que crianças com necessidades especiais nem sempre respondem da forma como a gente espera, mas, ainda assim, é importante tratá-las como tratamos as outras pessoas.”
Katy Monot, do blog “Bird On The Street”; mãe do Charlie, que tem paralisia cerebral.
7. Encoraje as crianças a continuar falando
“As crianças sempre se perguntam se o Norrin pode falar, especialmente quando ele faz seu “barulhinho alto corriqueiro”. Explique ao seu filho que é normal se aproximar de outra criança que soa um pouco diferente. Algumas crianças podem não conseguir responder tão rápido, mas isso não significa que elas não tem nada a dizer. Peça ao seu filho para pensar no seu filme favorito, lugar ou livro—há grandes chances da outra criança gostar disso também. E a única forma dele descobrir isso é perguntando, da mesma forma que faria com qualquer outra criança.”
Lisa Quinones-Fontanez, do blog “Autism Wonderland”; mãe do Norrin, que é autista
8. Dê explicações simples
“Algumas vezes, eu penso que nós, pais, tendemos a complicar as coisas. Usando alguma coisa que seus filhos já conhecem, algo que faça sentido pra eles, você faz com que a “necessidade especial” se torne algo pessoal e fácil de entender. Eu captei isso uns anos atrás, quando meu priminho me perguntou “por que o William se comunicava de forma tão diferente dele e de seus irmãos”. Quando eu respondi que ele simplesmente nasceu assim, a resposta dele pegou no ponto: “Ah, assim como eu nasci com alergias”. Ele sabia como era viver com algo que se tem e gerenciar isso para viver diariamente. Se eu tivesse dito a ele que os músculos da boca de William tem dificuldade em formar palavras, o conceito teria se perdido na cabeça dele. Mas alergia fazia sentido pra ele. Simplicidade é a chave.”
Kimberly Easterling, do blog “Driving With No Hands”; mãe do William e da Mary, ambos com Síndrome de Down
9. Ensine respeito às crianças com seus próprios atos
“Crianças aprendem mais com suas ações que com suas palavras. Diga “oi” para a minha filha. Não tenha medo ou fique nervosa perto dela. Nós realmente não somos tão diferentes de vocês. Trate minha filha como trataria qualquer outra criança (e ganhe um bônus se fizer um comentário sobre o lindo cabelo dela!). Se tiver uma pergunta, faça. Fale para o seu filho sobre como todo mundo é bom em coisas diferentes, e como todo mundo tem dificuldades a trabalhar. Se todo o resto falhar, cite a frase do irmão de Addison: “bem, todo mundo é diferente!”.”
Debbie Smith, do blog “Finding Normal”; mãe de Addison, que tem Trissomina 9
10. Ajude as crianças a ver que, mesmo crianças que não falam, entendem
“Nós estávamos andando pelo playground e a coleguinha da minha filha não parava de encarar o meu filho, que é autista e tem paralisia cerebral. Minha filha chamou a atenção da colega rapidinho: “Você pode dizer “oi” pro meu irmão, você sabe. Só porque ele não fala, não significa que ele não ouve você”. Jack não costuma falar muito, mas ele ouve tudo ao redor dele. Ensine aos seus filhos que eles devem sempre assumir que crianças especiais entendem o que está sendo dito, mesmo sem poderem falar. É por isso que eles não vão dizer “o que ele tem de errado?”, mas poderão até dizer “Como vai?”.”
Jennifer Byde Myers, dos blogs “Into The Woods” e “The Thinking Person’s Guide To Autism”; mãe do Jack, que tem autismo e paralisia cerebral.
11. Inicie uma conversa
“Nós estávamos no children’s museum e um garotinho não parava de olhar para Charlie com seu andandor, e a mãe dele sussurrou em seu ouvido para não encarar porque isso era indelicado. Ao invés disso, eu adoraria que ela tivesse dito “esse é um andador muito interessante, você gostaria de perguntar ao garotinho e à sua mãe mais a respeito dele?”.”
Sarah Myers, do blog “Sarah & Joe (And Charlie Too!)”; mãe do Charlie, que tem paralisia cerebral
12. Não se preocupe com o constrangimento
“Vamos combinar de não entrar em pânico caso seu filho diga algo embaraçoso. Você sabe, tipo se nós estivermos na fila do Starbucks e o seu filho olhar para a Maya e pra mim e disser algo como “Eca! Por que ela está babando?” ou “Você é mais gorda que a minha mãe”. Embora esses não sejam exemplos ideais de início de conversa, eles mostram que o seu filho está interessado e curioso o suficiente para fazer contato e perguntar. Por favor, não gagueje um “mil desculpas” e arraste seu filho pra longe. Vá em frente e diga baixinho o pedido de desculpas, se você precisar, mas deixe-me aproveitar a oportunidade: vou explicar a parte da baba e apresentar Maya e contar da paixão dela por crocodilos, e você pode ser a coadjuvante no processo, dizendo “lembra quando nós vimos crocodilos no zoológico?” ou coisa parecida. Quando chegarmos ao caixa, o constrangimento vai ter passado, Maya terá curtido conhecer alguém novo, e eu terei esperanças de que seu filho conseguiu ver Maya como uma criança divertida, ao invés de uma “criança que baba”. (E eu irei simplesmente fingir que não ouvi a parte do “mais gorda que a minha mãe”).”
Dana Nieder, do blog “Uncommon Sense”; mãe da Maya, que tem uma síndrome genética não diagnosticada

Texto original, do blog “Love That Max“

Fonte: Andrea Werner, blog Lagarta Vira Pupa

Caraterísticas sensoriais no Autismo

Retirado de: http://johannaterapeutaocupacional.blogspot.com.br/2012/01/como-crianca-percebe-o-mundo-atraves-de.html